ENTRETENIMENTO A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO E DA ESPIRITUALIDADE

VINGADORES DO VELHO TESTAMENTO

Da “Liga da Justiça” aos “Vingadores”, passando pelos “Minutemen” e pela “Liga Extraordinária”. A proposta de juntar heróis – e anti-heróis – ainda é seguida nos quadrinhos, na televisão e no cinema. A Marvel e a Disney fizeram bem a lição de casa e transformaram a equipe liderada pelo Capitão América em um grande sucesso do entretenimento. Merecidamente, é verdade, com histórias bem dirigidas e produzidas.

Se você não tem conhecimento dessas equipes de heróis, talvez não compreenda o que isso significa para um fã. Ver reunidos, lado a lado, Homem-de-Ferro, Hulk, Capitão América, Thor, Gavião Arqueiro e Viúva Negra foi uma alegria sem tamanho, desde a primeira vez que isso aconteceu, décadas atrás, nos quadrinhos.

Em termos cristãos, seria a mesma coisa que recorrer ao Velho Testamento e reunir em um grupo só, de uma vez, Elias, Salomão, Noé, Davi e Ester. Com a diferença que, no caso do filme de ação, todos protagonizaram histórias narradas na Bíblia.

Nessa comparação cristã, Elias seria Steve Rogers, pela confiança que manteve ao enfrentar os 450 profetas de baal diante do rei Acabe.

Com poder vindo dos céus, Elias não se deixa abater pela idade, assim como o Capitão América, a ponto de conseguir (com a benção do Senhor) correr mais rápido que uma carruagem. Está lá na escritura, logo depois que o profeta faz chover em Israel, depois de três anos de seca. Ao fim da vida, não morre, é arrebatado. Nisso foi melhor que Steve Rogers.

Salomão seria Dr. Bruce Banner, com a inteligência de um cientista que descobriu o poder dos raios gama. O preço disso é conviver com o alter-ego constantemente em conflito, só libertado mediante uma reação raivosa. Salomão, apesar de sua sabedoria, também teve lutas internas. E se transformou em um monstro que fraqueja na fé, com uma atração doentia pelas mulheres.

Noé, construtor da Arca, seria o inventor, na linha de Tony Stark. É o herói visionário, que tirou do “papel” – ou da “visão” – o projeto de um barco gigantesco, feito manualmente. Os dois também tiveram problema com a bebida. O inventor do Homem-de-Ferro durante boa parte da vida abusou do álcool. Noé, após o dilúvio, produziu vinho e se embriagou. Em Gênesis, capítulo 9, a Bíblia fala que ele ficou fora de si, tirou a roupa e envergonhou a família.

Davi seria o Gavião Arqueiro, astuto e de ação furtiva.

Foi assim que agiu na passagem com Bate-Seba, nas sombras, para não levantar suspeitas. Foi ele também quem se escondeu na caverna de Adulão, para escapar de Saul.

E, por isso, foi reconhecido “o homem segundo o coração de Deus”.

Ester, que de assassina não tinha nada, mesmo assim se assemelha à Viúva Negra, pela coragem em não se submeter à condição da mulher naqueles dias. As duas são fortes, superam o preconceito e tomam decisões na liderança.

Qual a moral da história? Dá sim, para viver com a diversidade de personalidades, sentimentos, qualidades e defeitos. Tudo depende de cessão, aceitação, compreensão. Quando Cristo recrutou seus seguidores, lembre, também enfrentou problemas no grupo, testemunhou discussões e viu muitas falhas. Mas não desistiu de ninguém.

Também não desista de alguém do seu grupo, seja ele profissional ou eclesiástico. Vivamos com as diferenças. Avante, Vingadores.